Durante algum tempo desenhei coração no meu caderno. Às vezes um, somente. Noutras, dois, três, um conjunto divertido no canto da página. Traçava-o com olhar distante, de quem quer pedir algo à vida. Ele era vermelho, redondo e enooorme. Porém, havia nele algo não notável em um coração comum. Era um coração ao meio, ou seja, metade, uma parte...
Por ser metade, era incompleto.
Por ser idealizado, era imperfeito.
Por ser limitado, não conseguia demonstrar o quanto tinha que ser infinito.
Desenhei-o de várias formas e tamanhos. Preenchi seu único lado com cores vibrantes, tons escuros e sombreamentos internalizados. Ele levou sempre uma personalização do momento que eu passava. Ora maior, ora menor, mas sempre faltando um pedaço.
O tempo foi passando e lá estava a marquinha registrada nas minhas anotações. Viver sem aquele coração ao lado era como uma anulação de um propósito, de um objetivo.
Um dia abri os olhos e senti uma pulsação desse coração. E, por um milagre, sua outra parte surgiu,
completando-o.
Completando-me.
Como nunca o tinha visto completo, tampouco acreditei que ele pudesse, de fato, pulsar... E, ao desenha-lo na agenda, surgiu:
"TUM TUM..."
...E foi você meu Amor, que trouxe vida pra ele, G eu Amo você!
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