Permita-me um pedido:
Quero uma vida em branco!
Isso mesmo, em branco, onde eu possa colorir uma nova história,
com personagens de olhos bem arregalados para que o novo desenho nasça sem erros.
Quero muitas cores. Muitas mesmo.
Quero tantas quantas forem possíveis para esquecer
o cinza da quarta-feira que fere.
Além das cores quero também perfumes.
Quero cheiro da manhã bem como daquilo tudo o que é novo,
que acaba de nascer, que tem força...
O risco de me perder neste novo desenho é mínimo,
pois não faltarão luzes a me guiar pelas linhas traçadas a mão livre e forte.
Aviso que esta vida em branco terá como seu primeiro traço a linha do horizonte,
daqueles a perder de vista, para que assim eu caminhe muito conhecendo novas pessoas.
E quanto a você, não se preocupe.
Terás seu lugar nesta nova vida, mas corra, pois as vagas são poucas.
Serás bem vindo, desde que traga sua sinceridade e
disposição para continuar a ser chamado de amigo.
O que? Se nesta vida as mágoas terão espaço?
Ah, não, essas não combinam com o novo colorido.
O lugar que antes era reservado às mágoas agora será dedicado ao cuidado
de saber quem realmente quer figurar nesta nova moldura.
Agora se não for possível dar-me uma vida em branco,
dê-me uma borracha, para que eu apague lembranças
e sorrisos que um dia feriram esta alma
que hoje suplica o direito de recomeçar.
Julio César Lima
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